quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Ou você achava que poesia e rock eram nada a ver?

A puta

Quero conhecer a puta.
A puta da cidade. A única.
A fornecedora.
Na Rua de Baixo
onde é proibido passar.

Onde o ar é vidro ardendo
e labaredas torram a língua
de quem disser: Eu quero
a puta
quero a puta quero a puta.

Ela arreganha dentes largos
de longe. Na mata do cabelo
se abre toda, chupante
boca de mina amanteigada
quente. A puta quente.

É preciso crescer
esta noite a noite inteira sem parar
de crescer e querer
a puta que não sabe
o gosto do desejo do menino
o gosto menino
que nem o menino
sabe, e quer saber, querendo a puta.


Drummond.

Um comentário:

Cox disse...

Drummond frenético. Isso aí deve ser dos tempo de minino dele, quando a pipa ainda sobia. Vai vê ele teve uma fase junkie né? Ah com certeza, só pode ter sido um puto mesmo.